Tratamento odontológico em pacientes hipertensos: cuidados básicos

Diante do crescimento de 14% no número de pessoas hipertensas nos últimos 10 anos no Brasil, que já atinge 25% da população, é natural que dentistas recebam com frequência pacientes hipertensos em seu consultório.

Com isso, é de grande utilidade falar sobre os cuidados que devem ser tomados no tratamento odontológico em pacientes hipertensos, os quais servem para garantir um atendimento seguro, principalmente quando se trata de algum procedimento cirúrgico.

Que a rotina de dentistas envolve a capacidade de acolher diferentes tipos de necessidades, como no caso de crianças e pacientes especiais, todos sabem. Porém, vale lembrar quais são os cuidados necessários para atender pacientes hipertensos.

Cuidados no atendimento a hipertensos no consultório odontológico

As precauções que envolvem esse tipo de atendimento começam desde o primeiro contato com o paciente.

É preciso criar uma anamnese completa com perguntas sobre o histórico clínico do paciente (a qual deve ser respondida pelo próprio indivíduo antes de iniciar o tratamento), incluindo:

• Possíveis alergias
• Procedimentos cirúrgicos que já tenha passado
• Doenças crônicas e agudas
• Medicamentos

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Outra precaução vital que o profissional precisa ter no tratamento odontológico em pacientes hipertensos é em relação a procedimentos cirúrgicos de qualquer complexidade. Tanto a solicitação de exames médicos quanto o controle na administração de anestesia configuram medidas obrigatórias para garantir a segurança em cirurgias.

O procedimento utilizado para anestesiar pacientes hipertensos é específico e deve seguir um protocolo.

Possíveis complicações do tratamento odontológico em pacientes hipertensos

Especialistas afirmam que 90% dos hipertensos são assintomáticos, o que justifica o fato de muitas vezes essa condição ser chamada de silenciosa. Portanto, antes de iniciar as consultas, é preciso aferir a pressão arterial (PA) para ter certeza se ela está controlada.

Alterações na PA devem ser evitadas a todo momento, da mesma forma que as alterações no ritmo cardíaco e na demanda de oxigênio pelo miocárdio, quadros comuns em situações de estresse e que, se tratando de pessoas hipertensas, oferecem risco.

Complicações graves como infarto do miocárdio e “derrame” são preocupações que acompanham hipertensos em toda a vida e, portanto, isso deve ser motivo de muita atenção em consultórios também.

Sendo assim, a prescrição de ansiolíticos antes do atendimento além de outras alternativas para acalmar o paciente fazem parte do repertório clínico para lidar com essas situações, além de outras atitudes que falaremos agora.

Manejo clínico com pacientes hipertensos

Além de medidas especiais relacionadas a histórico médico, remédios e exames, há um fator ligado à hipertensão que merece a atenção de qualquer profissional de saúde, a influência do emocional na pressão arterial.

Faz parte do manejo de cirurgiões dentistas no atendimento odontológico o controle da ansiedade de pacientes. Por isso, cabe ao profissional ter um preparo para lidar com essa questão e oferecer um ambiente que não seja estressante.

Dentre as medidas clínicas que os conselhos regionais recomendam, podemos destacar as seguintes:

• Estabelecer uma relação de confiança com o paciente
• Liberar o paciente quando estiver muito ansioso
• Dar prioridade ao atendimento diurno
• Evitar consultas longas e exaustivas
• Evitar uso de vasopressores em fios de retração

Podemos afirmar, assim, que a condução do profissional faz toda a diferença para o bem-estar e que, uma vez seguidas as recomendações, é possível oferecer um tratamento odontológico seguro aos pacientes hipertensos.

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